Em pronunciamento oficial na última quarta-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro defendeu o uso da hidroxicloroquina para tratamento de pacientes com Covid-19. Segundo ele, o Brasil receberá, até sábado (11), matéria-prima para produção da substância, vinda da Índia.

Os resultados da hidroxicloroquina em tratamento de pessoas infectadas com o novo coronavírus ainda são inconclusivos. O medicamento, que é usado para tratar condições como malária, lúpus e artrite, já vem sendo testado em outros países. 

O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu cautela quanto ao seu uso. Apesar da hidroxicloroquina ser um ponto crucial na postura de Bolsonaro contra o isolamento social, assim como Donald Trump, ainda não há estudos suficientes para classificar a substância como uma possível cura. 

De acordo com o El País, por via de regra, médicos estão autorizados a prescrever hidroxicloroquina para portadores do Covid-19, mas apenas com o consentimento do paciente. O seu uso, sem controle, poderá ocasionar efeitos colaterais diversos, principalmente em idosos e pessoas que ainda não foram testadas e podem portar outras doenças.

A NBC News entrevistou Dr. Hugh Cassiere, um pneumologista atuante no epicentro da epidemia nos Estados Unidos, o North Shore University Hospital em Long Island, Nova Iorque. Segundo ele, a hidroxicloroquina “vem sendo usada, mas sem eficácia”.

Muitos pacientes com Covid-19 apresentam melhora do quadro naturalmente, com o tempo. Assim, o poder da hidroxicloroquina para a cura do vírus não é confirmado, já que não é possível dizer com certeza se tal melhora foi fruto ou não da administração da substância.

Paula Félix

Photo by Vincent Ghilione on Unsplash
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